Existe um muro capaz de impedir a bisbilhotice?
3º Prémio da 5ª Edição do Prémio Henrique e Francisco Franco – Concurso de Artes Plásticas da Casa das Mudas.
[Júri: Alexandre Melo, Ana Vidigal, Pedro Calapez]
Casa das Mudas, Calheta 2007
Existe um muro capaz de impedir a bisbilhotice?
Instalação
Tapassóis de madeira pintados (usados)
5,30 m x 3,60 m x 0,1 m.
Por detrás da porta
Instalação,
Tapassóis de madeira pintados, madeira, rádio, luz, sensor de presença.
Existe um muro capaz de impedir a bisbilhotice?  foi um um projeto apresentado para a 5ª Edição do Prémio Henrique e Francisco Franco - Concurso de Artes Plásticas da Casa das Mudas, em Setembro de 2007. Este projeto compreendia uma intervenção na fachada do edifício e a instalação de um acrescento no seu  interior. A intervenção na fachada, que dá o nome ao projeto, era constituída por 23 tapassóis de madeira usados, e ordenados segundo um esquema composicional específico, e compreendiam um conjunto diversificado de texturas resultantes da conjugação quase aleatória dos mencionados objectos, diferentes entre si pelas suas tonalidades, formatos e cores.
A intervenção arquitectónica ocupava uma área vertical definida pelas medidas de 5,30 m x 3,60 m x 0,1 m, aproximadamente, e logo despoletou uma polémica depois de, alegadamente, ter sido mandada retirar, na altura, pelo Vice-Presidente da Região Autónoma da Madeira.
Por detrás da porta
Instalação,
Tapassóis de madeira pintados, madeira, rádio, luz, sensor de presença.
Por detrás da porta, estabelecia uma ligação formal com a estrutura do exterior e estava associada uma instalação sonora que acompanhava um apagar e aceder de luzes que, através de um sensor de presença, activava uma dinâmica dialógica entre a peça e os espectadores. Através deste objecto, que remete para a presença e/ou ausência humana no interior de uma casa, relacionam-se aspectos ligados à redundante questão: quem espreita quem? Estabelece-se assim, uma relação entre exterior-interior, público-privado, silêncio-ruído, aliados à enigmática presença de um som de rádio mal sintonizado, que adquire diversas texturas sonoras, e provoca a atenção do espectador que procura um referente qualquer. Deste modo, imprime-se a este trabalho um carácter de constante mutação, definido pelas alterações sonoras que se verificam segundo as condições do meio onde ele é inserido e determinam o aspecto aleatório da peça.
A intervenção arquitectónica ocupava uma área vertical definida pelas medidas de 5,30 m x 3,60 m x 0,1 m, aproximadamente, e logo despoletou uma polémica depois de, alegadamente, ter sido mandada retirar, na altura, pelo Vice-Presidente da Região Autónoma da Madeira.